Uma árvore é uma usina viva. Ela retira água do solo e a devolve à atmosfera, através dos estômatos, pequenos orifícios nas folhas. A copa de uma árvore intercepta em média 20% da radiação ultravioleta, aquela que pode causar câncer de pele. Ao mesmo tempo, pela fotossíntese, a árvore retira do ar o gás carbônico (CO²), fixando parte deste como constituinte do lenho e outros tecidos. As folhas e galhos sobre o solo formam uma forração natural, que absorve o impacto das gotas de chuva, mantém a umidade e melhora a infiltração de água. As raízes se aprofundam no solo, dele retirando nutrientes minerais, devolvidos em parte à camada superficial quando da queda das folhas. Estas, por sua vez, servem de alimento a uma infinidade de seres vivos, como minhocas, fungos e bactérias, num trabalho de equipe impressionante e a matéria orgânica é transformada em húmus. Uma única árvore já é uma maravilha da natureza. Que dirá uma floresta inteira, onde outras espécies vegetais e animais interagem formando um laboratório mais complexo ainda.
As florestas
constituem ecossistemas de grande valor e prestam inestimáveis serviços
ambientais, também no que se refere à qualidade da água. Numa floresta
ou capoeira ela é retida pela estrutura de solo e matéria orgânica, é
filtrada e alimenta as vertentes ou olhos d’água. Parte dessa água volta
à atmosfera pela evapotranspiração e parte é acumulada nas camadas
profundas do solo. É um ciclo vital para todos os seres vivos. Por
desconhecimento desses serviços ambientais, nós humanos já degradamos
muitos ecossistemas, a começar pelas derrubadas de matas ciliares nas
margens de rios e vertentes ou mesmo no topo de montanhas e encostas
íngremes. Sim, precisamos de terras para a agricultura, pastagens e
expansão das cidades que parecem não ter mais limites. Mas sem água a
vida não é possível.
(texto original de: http://darcibergmann.blogspot. com/ )
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